Uma nova loucura praticadas por vândalos menores que são abonados pela justiça.
Uma vergonha. "Minha Versão, Allex Ribeiro de Jesus Lares"
Os rolezinhos mobilizaram os jovens, levaram os shoppings a procurar a justiça e, acima de tudo, geraram um intenso debate na sociedade. Para a antropóloga da PUC-SP Silvia Borelli, o fenômeno se relaciona com as manifestações que começaram em junho do ano passado. “A gente vê formas de mobilização diferenciadas, que estão articulando cultura, consumo, lazer e novas formas de fazer política”, aponta.
Na primeira vez em que houve um rolezinho, no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo, teve confusão, correria e denúncias de roubo. Os lojistas foram à justiça e conseguiram liminares para impedir a entrada das centenas ou até milhares dos chamados ‘rolezeiros’. O diretor da Escola de Direito Anhembi Morumbi, André Ramos Tavares, explica que o judiciário tenta enquadrar o novo fenômeno em algo que já é previsto em lei. “Essas ocorrências talvez não possam ser consideradas como simples manifestação de reunião. Elas extrapolam, porque têm uma conotação mais democrática, mais política”, avalia.
A antropóloga concorda que os rolezinhos vão além de um simples encontro de lazer. “É uma demanda por ampliação de cidadania, de espaço e de inclusão”, afirma. Ela destaca que, como ocorreu com as manifestações de 2013, a repressão é muito mais violenta nas periferias
Para a especialista, é preciso um esforço para compreender que novas práticas juvenis são essas que tomam conta das grandes metrópoles. “A gente precisa repensar o sentido do político e da prática política juvenil. Não significa que estes jovens estejam negando ou à margem das instituições, mas eles estão promovendo ações e querendo participação que não obrigatoriamente esteja configurada, conformada no partido, na institucionalidade, nas regras, nas leis”, diz.
De acordo com Tavares, os juristas também precisam se debruçar sobre o fenômeno para entender seus significados. Sem uma discussão mais profunda, ele acredita que as decisões judiciais tenderão a privilegiar o direito de propriedade e as propostas dos empresários. “É uma oportunidade de discutir a situação que a gente está vivendo nas grandes capitais”, destaca.
Fonte: G1
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